Uma viagem a oitocentos anos de história.
Conhecida em tempos como Pena Sortelha, esta vila transfronteiriça de fundação medieval recebeu o foral de D. Sancho II, em 1228. A construção do castelo terá ocorrido nos ínicios do séc. XII e, mais tarde, reforçado por uma Torre de Menagem. As muralhas foram edificadas em meados do séc. XII assentando entre os barrocos e escarpas.
Devido à debilidade na defesa do território, as portas na muralha eram escassas. A Porta da Vila, a nascente, foi reconstruída em fase posterior, no alçado interior da qual são visíveis numerosas siglas esculpidas nos silhares, nomeadamente, as marcas de canteiro, muito comuns durante os séculos XIII e XIV. Nessa época, os pedreiros eram remunerados à peça, e não ao dia, sendo estas marcas uma forma de contabilizar o seu trabalho. A Porta Nova, a poente, também designada do Sol, ou da Covilhã, e alguns metros a norte dela a, assim chamada, Porta Falsa, que não o é, porque as portas falsas conduziam a becos sem saída.
No século XIV é construída a Torre do Facho, no lado ocidental da muralha, para melhor proteger as Portas (Nova e Falsa) aí existentes e controlar as terras em direcção à Covilhã. O seu nome deriva dos fachos que no seu topo se queimavam para, através de sinais de fumo, comunicar com os outros castelos.
O casario que hoje observamos no interior das muralhas é um dos núcleos mais bem conservados de Portugal, preservando a traça de casas, e ruelas, da Sortelha quinhentista. São também comuns em Sortelha as mísulas laterais, que serviriam para colocar vasos de flores.